Origem da Fitoterapia
A fitoterapia na Medicina Tradicional Chinesa é uma das modalidades milenares de tratamento adotadas pela Medicina Tradicional Chinesa (MTC), numa época em que os livros eram escritos em pergaminhos.
O respeito à milenar tradição da Fitoterapia Chinesa, fez com que as fórmulas utilizadas hoje, fossem as mesmas da Dinastia Huang. Estas Fórmulas Magistrais, encontradas nos livros em diversos idiomas, são utilizadas e estudadas em quase todos os países. No Japão, desde 1950 o Ministério da Saúde Japonês, reconhece 148 destas fórmulas, como de utilidade pública.
Apesar do termo chinês, ser traduzido em geral, como fitoterapia ou medicina herbal, esta forma de tratamento também usa ingredientes de origem animal ou mineral, na elaboração de suas fórmulas.
Os diversos ingredientes, que compõem cada receita indicada por um terapeuta de Medicina Tradicional Chinesa, são combinados em proporções que maximizam seus efeitos e inibem possíveis efeitos colaterais. O conhecimento destas combinações e proporções, é fruto de milhares de anos de experimentação e pesquisa. Na herbologia chinesa, existem cerca de, 50 ervas fundamentais.
A Medicina Tradicional Chinesa utiliza diversos métodos para classificar as ervas chinesas, que emprega em seus medicamentos:
- As quatro Naturezas.
- Os cinco Sabores.
- Os Meridianos.
- Os princípios complementares Yin/Yang.
Na fitoterapia chinesa, não se pensa em cura, mas sim em equilíbrio, pois o organismo busca a auto-cura. Para isto, precisamos desestagnar algumas energias paradas, como no caso da TPM – que para medicina chinesa é estagnação do sangue e a pessoa necessita de ervas, que aqueçam e melhorem a circulação do sangue, principalmente naquela parte do corpo.
A Fitoterapia Chinesa é como a alquimia, para fazer uma fórmula, é preciso conhecer as capacidades energéticas, curativas e sinérgicas das ervas, ou seja, a interação de uma planta com as outras. Na formulação Chinesa existe uma erva Imperador, que vai determinar a ação da fórmula, as ervas ministros, que ajudam a potencializar a ação do imperador, as ervas assistentes, que são necessárias para o bem estar da pessoa e cuidam do estômago, para que este receba bem a fórmula, e por fim as ervas mensageiras, que levam as demais ervas para o local necessário.
Na Fitoterapia Chinesa, o uso de folhas, flores, frutos, raízes, cascas de plantas e também minerais, são utilizados para uso terapêutico. As diferentes maneiras de preparo de plantas medicinais, para sua utilização na Fitoterapia Chinesa, são muito importantes.
Quais os princípios básicos da Fitoterapia Chinesa?
As ervas tem sabores peculiares, como acre, doce, amargo, salgado, azedo, e suave. Existem também diversas temperaturas, como quente, frio, morno, neutro, fresco e outras intermediárias. A Fitoterapia Chinesa, diz, que doenças quentes, devem ser tratadas com ervas frias, e doenças frias, devem ser tratadas com ervas quentes. Estas preparações levam o pessoa ao equilíbrio, facilitando a digestão para que as ervas sejam bem absorvidas. Muitas ervas são proibidas durante a gravidez, pois elas podem causar o aborto. Não faça de maneira alguma, a automedicação.
Qual o papel da Fitoterapia na MTC e quando se deve recorrer a Fitoterapia?
O seu papel é tão ou mais importante que a acupuntura. Na realidade, os fitoterapeutas chineses usam apenas fitoterapia para tratar os seus pacientes, mas a maioria dos acupuntores socorre-se da fitoterapia para complementar os tratamentos de acupuntura. A fitoterapia chinesa é muito eficaz no tratamento de síndromes de vazio, sendo, nestes casos, mais eficaz que a acupuntura. Por outro lado, como não é praticável fazer acupuntura todos os dias, como na China, é frequente recorrer-se à fitoterapia como complemento á acupuntura.
Como é prescrita a Fitoterapia Chinesa?
Primeiramente é realizado um diagnóstico energético, que consiste em responder a um questionário baseado em hábitos alimentares, histórico médico, estilo de vida, estados mental e emocional, ginecologia, exames da língua, e pulsação.
As plantas de uma determinada fórmula, possuem a mesma importância?
Na fitoterapia chinesa, raramente são prescritas plantas isoladas. Na filosofia da MTC, o paciente deve ser visto como um todo e não como tendo os sintomas isolados. Tratam-se as manifestações, mas também as causas. Para concretizar estes princípios, a fitoterapia recorre a fórmulas constituídas por um número variável, de plantas associadas, de acordo com as suas características energéticas e cujo conjunto vai servir para tratar uma ou várias síndromes (conjunto de sintomas e sinais). O número de plantas das fórmulas fitoterápicas é variável. Há plantas mais importantes do que outras, mas todas elas têm um papel importante, pois quando se retira uma planta ou se altera a dosagem, passamos a ter outra fórmula com características energéticas completamente diferentes.
- A planta principal, ou “imperador”, é o coração da fórmula e a sua ação é dirigida ao sintoma principal.
- A “planta ministro” reforça a ação da planta imperador, e trata outros sintomas secundários.
- A “planta auxiliar” reforça a ação das plantas imperador e ministro, elimina ou reduz a sua intensidade e toxicidade, e ainda trata sintomas secundários.
- A “planta guia” dirige a ação da fórmula para o meridiano, sistema ou parte do corpo afetada, regulando ainda, a ação das outras plantas da fórmula. Em cada fórmula pode haver uma, ou mais plantas, de cada uma destas categorias.
As plantas devem ser tomadas sempre mediante prescrição de um especialista de MTC?
Normalmente, não se tomam plantas chinesas isoladas, pelo que é sempre aconselhável seguir a prescrição de um especialista de Medicina Tradicional Chinesa, que determinará a combinação de plantas (fórmula) adequada a cada caso, e que poderá variar de acordo com a evolução da patologia.